PS/2007 - VERIFICAÇÃO DE HABILIDADES E CONHECIMENTOS ESPECÍFICOSArtes cênicasMUSICALIDADE, RITMO E MOVIMENTO (Atividade Coletiva) Serão tocados dois trechos musicais em gênero distintos para que você perceba as sonoridades propostas (ritmo, melodia) e suas diferenças. Em seguida, inicia-se a avaliação, que será desenvolvida em duas partes: OUÇA AQUI OS TRECHOS MUSICAIS REFERENTES A PROVA 1° parte - O
mesmo trecho sonoro será executado pela segunda vez. Você deverá então
realizar movimentos que estabeleçam um diálogo de seu corpo com o
espaço e com os estímulos sonoros apresentados. Lembre-se de que o
silêncio também é um som. Procure realizar movimentos que utilizem as
várias possibilidades corporais no espaço determinado. 2º parte - Sem a música, você
deverá desenvolver os mesmos movimentos, mantendo o ritmo e a melodia,
traduzindo-a na forma cantada de seu primeiro nome. APRESENTAÇÃO CANTADA (atividade individual) O candidato deverá cantar uma música do repertório do cancioneiro popular, sem acompanhamento instrumental. JOGOS TEATRAIS E IMPROVISAÇÃO (Atividade coletiva)
SITUAÇÕES PROPOSTAS SITUAÇÃO 1Um casal entra em um restaurante. O homem e a mulher estão radiantes e aparentam estar em um processo inicial de namoro. Na mesa ao lado uma pessoa visivelmente mal humorada, se aborrece a cada manifestação amorosa dos namorados. O Casal aguarda alguns instantes, mas não há ninguém para atendê-los no local. Então, eles procuram um atendente. Finalmente aparece um cozinheiro que, com uma frigideira fumegante nas mãos, constrangido por estar fazendo um trabalho que não é o seu, assobia deselegantemente chamando o garçom. Este aparece visivelmente embriagado e inicia uma desastrada série de trapalhadas, que vai do puxar de cadeiras, provocando quedas, do entalar-se no gargalo da garrafa de vinho, e, por fim, acaba por entornar um prato de macarronada no casal indignado. SITUAÇÃO 2
A família de dona Argemira e seu Orçalino Arruda, vinda de Mozarlândia
para Goiânia depois que os sem-terra invadiram a sua improdutiva
fazenda de quatrocentos alqueires e puseram mulher, marido e os filhos
inúteis para correrem, viveram uma fase de muita necessidade aqui na
capital, passando até privações básicas, morando de favor e contraindo
dívidas impagáveis. Sem muita vocação para a labuta, depois de verem
esgotado o crédito entre os conhecidos e crescer a fila de oficiais de
justiça em sua porta, os filhos do casal tiveram uma idéia salvadora:
fazer de dona Argemira, a “dona Vera baiana”, vidente, jogadora de
búzios, de cartas e de tarô indiano, o que, com pouco tempo e alguns
quilos de panfletos promocionais distribuídos na Praça do Ratinho, na
Feira da Lua e no calçadão da Goiás, resultou numa freguesia invejável
de maridos desconfiados, esposas vingativas, corações solitários,
artistas frustrados e políticos gananciosos. SITUAÇÃO 3 Uma aula. Um professor ministra a sua aula enquanto uma discussão e outros eventos paralelos acontecem. O orador explica um assunto, fazendo uso de gestos expansivos. Um membro da platéia ataca o orador, tentando impedi-lo de continuar sua aula. Alguém do grupo começa a fazer sons estranhos. Um quarto membro começa a fazer movimentos estranhos com a cabeça. O quinto elemento atravessa a sala de um lado para o outro e começa a abrir e fechar janelas e portas. Um dos membros do grupo fixa o olhar no colega e com, gestos, retira uma peça do vestuário, pedindo ao outro uma peça substituta. O jogo passa adiante e vai mudando de ritmo, indo de uma maior velocidade até a lentidão. Começam então a carregar uns aos outro no colo, primeiro dois a dois, e, posteriormente, por trios. Brincam de estátuas, como se estivessem em meio a uma exposição, num museu. Um a um todos saem de cena, emitindo sons criados individualmente. LEITURA DRAMÁTICA À PRIMEIRA VISTA (Atividade Individual - sorteio) TEXTO IESTADO DE SÍTIO - Albert Camus TEXTO IILIÇÕES DE ANONIMATO - Hugo ZorzettiTIA SHIRLEI - (Um grito impaciente e histérico) Cala boca , escumungados! Ceis tão quereno me pô lôca, é? Se tão, já pusero! Disgreta! Diabo dos inferno ! Se oceis num pará com essa bagunça, eu intrego a merda desse troço pra diretora e num vai tê tiatrim ninhum no dia das mães, não, tão me ouvino? Se oceis quisé apresentá pros pais doceis, oceis vão tê de trená, tão iscutano, capeta dos inferno? Tiatro é igual futebol: tem de trená! Trená pra num fazê feio. Tão ouvino, disgrama? A tia Shirlei num vai tá “nem aí” se lá no dia oceis errá e o povo jogá tumate noceis, jogá pedra noceis, joga merda noceis! Eu num vô tá “nem aí”, ó! Eu ó! Tão ouvino? (Respira, olha ameaçadoramente ) Quem é que tá faltano trená ? ( Vai sondando a platéia, procurando alguém, Berra) Cassandrinha ! É ocê, Cassandrinha? Cassandrinha. Cê tá surda, diabo? Vem pra cá. Cassandrinha, cê acha que eu num tô te veno, minina idiota? Passa aqui. Anda logo que eu num tenho o dia inteiro, não, coisa torta! Vê se aprende dessa veiz , menina besta .Eu já tô perdeno a paciência com você. Se ocê num dé conta hoje eu vô pô a Rutinha no seu lugar e vô falá pra sua mãe que ocê é burra demais pra fazê tiatrim pra ela. Tá iscutano, trem discunjuntado! Ocê faz o Chapuezim Vermei, num é ? Pois é, aí cê tem de falá igualzim tá aí no papel que a tia Augusta escreveu e fazê do jeito que a tia Shirlei te ensinô, assim, ó: (a professora, acentuando os mais terríveis clichês, representa na frente de uma cassandrinha abobalhada uma ridícula chapeuzinho vermelho) “Oh , seu lobo mau - num seja tão mauzim - num seja tão feioso - deixa de tanta gula - deixa de sê manhoso. Devolva a minha vovozinha - que ocê papo - e mandô pro barrigão. Minha vovozinha é bonitinha - e num pode mais corrê. Durmia que nem anjim - antes docê aparecê “. Aprendeu, Cassandrinha? TEXTO IIIBEIJO NO ASFALTO - Nelson RodriguesArandir (Numa alucinação) - Dália, faz o seguinte. Olha, o seguinte: diz a Selminha. (Violento) - Que em toda minha vida, a única coisa que se salva, é o beijo no asfalto. Pela primeira vez, na vida! Por um momento, eu me senti bom! (Furioso) - Eu me senti quase, nem sei! Escuta, escuta! Quando eu te vi no banheiro, eu não fui bom, entende? Desejei você. Naquele momento, você devia ser a irmã nua. E eu desejei. Saí logo, mas desejei a cunhada. Na Praça da Bandeira, não. Lá, eu fui bom. É lindo! É lindo, eles não entendem. Lindo beijar alguém que está morrendo! (Grita) - Eu não me arrependo! Eu não me arrependo! TEXTO IV QUERIDA MAMÃE – Maria Adelaide Amaral TEXTO V REI ÉDIPO – Sofocles TEXTO VI TECELINA – Gláucia de Souza TEXTO VII TEOREMA - Pier Paolo Pasolini TEXTO VIII VALÉRIO – Você
sabe como eu tenho procedido e o que fiz para isso. Conhece a máscara
de simpatia e de identidade de gênios que eu coloquei para agradar a
seu pai e que personagem represento diante dele para conseguir sua
amizade. Felizmente vou vencendo e cheguei à conclusão de que, para
agradar aos homens, basta apenas que pareçamos iguais a eles, apoiando
suas idéias, exaltando seus defeitos e aplaudindo tudo o que eles
fazem. Os mais astuciosos são às vezes os mais cabotinos e perdem pela
vaidade. Não há ridículo ou impertinência que não engulam, quando
podemos disfarçar a pílula, dando-lhe o sabor de um elogio. A
sinceridade sofre um pouco nessa situação em que me coloquei, mas quando
temos necessidade de vencer, não devemos olhar os meios. E visto que
não seria possível vencer de outra maneira, o crime é menos dos que
elogiam do que dos que querem ser elogiados. |
---|